Dia Mundial de Oração pelas Vocações
12ª Romaria Escoteira
Dom Mauricio Grotto De Camargo

Neste 4º domingo da Páscoa, no texto do Livro dos Atos dos Apóstolos que acabamos de escutar, Pedro nos apresenta Jesus como o fundamento de toda a nossa vida,  porque ele é o único que nos salva. Ele é a pedra angular da qual depende a estabilidade, a unidade e a coesão da Igreja. Não há salvação  em nenhuma outra pessoa a não ser em Jesus Cristo. “Ele é a pedra que os pedreiros rejeitaram e se tornou agora a pedra angular”, como cantamos  no salmo responsorial.

No trecho do evangelho de hoje, o mais significativo do cap.10 do evangelho de João, Jesus se auto-define como o Bom Pastor. Para as primeiras gerações de cristãos essa imagem do Bom Pastor referia-se ao Cristo ressuscitado, o verdadeiro Pastor.

Com efeito, Jesus com a sua morte e ressurreição, deu-nos por meio do Espírito Santo, a vida nova no batismo, tornando-nos filhos de Deus e participantes da natureza divina, como afirma São João, na 2ª leitura de hoje.

Jesus é o único e verdadeiro pastor, aquele que se solidariza e ama as suas ovelhas, que somos nós, a ponto de dar sua vida por nós, livremente e por amor. Ele continua a entregar-se por nós em cada Eucaristia, que é a atualização sacramental de sua morte na cruz.

Dentre os batizados, Deus chama as pessoas para diferentes vocações e, em particular, ele chama  alguns homens para o ministério sacerdotal, que  a exemplo de Jesus, o Bom Pastor, se dedicam ao anúncio  da Palavra, à celebração dos sacramentos e ao ministério pastoral.

Chama, igualmente, outras pessoas à vida consagrada, que se entregam total e exclusivamente ao seguimento de Cristo por meio da vivência dos conselhos evangélicos de obediência, castidade e pobreza e desempenham diversos serviços pastorais  no campo da educação, da saúde, da formação e promoção humanas.

Como os seus predecessores, o Papa Francisco enviou a toda a Igreja, neste 4º domingo de Páscoa, Dia Mundial de Oração pelas Vocações, uma mensagem especial que tem como tema: “O êxodo, experiência fundamental da vocação.”

A palavra êxodo, diz o Papa Francisco, nos recorda  a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito  e o caminho para a terra prometida. Esta história do povo de Israel, de certo modo, representa uma imagem da dinâmica fundamental da fé cristã. A passagem da escravidão do pecado para a vida nova em Cristo no batismo é a obra redentora que se realiza em nós, por meio da fé. Esta passagem é um real e verdadeiro êxodo, é o caminho do cristão, da Igreja inteira, a orientação decisiva da existência para o Pai.  

“Crer significa sair de si mesmo, sair da comodidade e da rigidez do próprio eu, para focar, centrar nossa vida em Jesus Cristo. Esta “saída” não deve ser entendida como um desprezo da própria vida e da humanidade; pelo contrário, quem se põe a caminho no seguimento de Cristo, encontra a vida em  abundância, colocando-se à disposição de Deus e do Reino. A vocação cristã é um chamado de amor e uma resposta de amor que provoca um êxodo, uma  saída permanente do próprio eu, fechado em si mesmo para a sua libertação no dom de si e para o reencontro de si mesmo, para a descoberta de Deus.”

O Papa Francisco, na sua mensagem, conclama os jovens a sair de si mesmos  e de se colocarem  a caminho. “Como é bom, diz o Papa Francisco aos jovens,  deixar-se surpreender pelo chamado de Deus, acolher a sua palavra, colocar os passos de sua vida nas pegadas de Jesus, na adoração do mistério divino e na generosa entrega a serviço dos outros. Deste modo, vossa vida,  com jovens, se tornará, cada vez mais, bela e feliz.”

Saúdo a União dos Escoteiros do Brasil que fazem sua 12ª Romaria ao Santuário  Nacional. Nesta Romaria, o 223º.  Grupo de Escoteiro Guaypacaré, da cidade de Lorena, que conserva consigo uma réplica da imagem de Nossa Senhora Aparecida, irá entregar a outro grupo Escoteiro que será sorteado durante  esta 12ª Romaria da União dos Escoteiros do Brasil.

Peçamos a Virgem Maria  que proteja os escoteiros do Brasil e faça crescer em todos nós o desejo de sairmos de nós mesmos e caminhar ao encontro dos outros, sobretudo, dos mais pobres.

Dom Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo Metropolitano de Aparecida